domingo, 26 de dezembro de 2010

Quanto vale sua essência?

Certo eu estava quando imaginei que um dia só restaria a mim mesmo das memórias do que vivi.
Tenho dessas coisas de vez em quando. Fazer balanços, observar e questionar o que teria sobrado dos velhos tempos, dos velhos amigos.
A verdade é que a maioria se corrompeu, sem lutar muito. É claro que seria estúpido da minha parte dizer que permaneço intacto desde que me conheço por gente. Nós mudamos: de ideias, de companhias, de paradigmas, de crises. De opinião, nem se fala!

Mas existe um "quê", um elemento interior que clama forte, que é aquela chama acesa no fim do corredor. É o que nos distingue dos demais, é a fronteira final da auto-corrupção e dos desanganos. É esse elemento que observo dentro de mim e ainda o vejo intacto. E como é difícil mantê-lo!

Questão de dois anos atrás, ou nem isso, num aniversario de uma grande amiga, ela virou e me disse "Nunca deixe de ser assim do jeito que você é!". Meio que uma intimação. A partir desse dia, notei que o trabalho que se tem para manter essa essência viva vale cada minuto, cada esforço e cada preocupação. Eu vendo muito caro as minhas convicções e pago um preço alto por essa resistência. Mas tenho motivos de sobra pra sorrir.

Hoje, numa conversa, notei mais um dos velhos amigos entregando tudo o que era em troca de uma máscara suja, enfadonha e tão vulgar quanto qualquer um que esbarre ao seu lado, sem qualquer distinção de ser. E se recusa a enxergar. Jamais admitiria. É triste ver, saber que há alguns anos tal pessoa defendia ao seu lado os mesmo ideais.

Pior que isso é vê-lo se transformar naquilo que sempre criticou e jurou jamais ser em sua existência.

É o preço que se paga. Talvez a ignorância seja mesmo uma benção. Ou não.

Quem vai saber?

Nenhum comentário: