quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Em direção ao Nada

Às vezes, nos esquecemos da importância de estarmos bem. O estar bem natural, mantendo nosso modus operandi biológico. Poucas vezes mesmo levamos isso consideração, como sendo algo realmente valioso.

A maior parte do tempo, reclamamos. Reclamamos porque chove muito, reclamamos porque o sol nos abafa, reclamamos do passar lento do tempo, reclamamos dos fins de semana que são rápidos demais. Por fim, reclamamos por não ter do que reclamar.
O homem moderno entrou numa necessidade entediante e até melancólica de protestar contra o nada.

Em teoria, parece ser meio confuso, mas dentro do dia-a-dia é, a mais pura realidade. O homem não aproveita seu dia-a-dia por clamar pelo fim de semana, ou até por ficar à espera de um dia que nunca chega. E enquanto aguarda ansiosamente, deixa o brilho de seus dias “ordinários” passarem desapercebidos, como se a semana na verdade fosse composta de 2 dias e um terço: o fim de sexta à noite, sábado e domingo. Se bem que no domingo à noite, 90% das pessoas ficam depressivas porque estamos próximos da segunda.

O que há de errado com a segunda? Porque não é possível chegar do trabalho na segunda-feira e sair? Assistir a um filme, conversar com os amigos? Por que não aproveitar o que uma quarta à noite tem a oferecer dentro dessa imensidão que nos cerca? Por que creditar uma aura mágica só à sexta-feira e desprezar todos os demais dias? Não é possível fazer um happy-hour numa quinta, numa terça? E assim, envelhecemos mais rápido, nos desiludimos numa velocidade louca e nos enganamos de ponta-a-ponta - segunda, terça, quarta e quinta - para vivermos uma pífia alucinação que por mais que se esprema, não dura mais que 48 horas, e um terço.

É preciso mudar, e rápido.

Logo mais, nem 12 meses teremos. Afinal de contas, nunca gostei de Outubro mesmo; não fica nem no começo e no fim do semestre direito...

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